Natal, Black Friday e outras histórias. Que venha 2022!

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Natal, Black Friday e outras histórias. Que venha 2022!

23 de dezembro de 2021

O Varejo em Tempos de Incerteza: Lições e Desafios em um Mercado em Transformação

Em uma análise detalhada, exploramos como a Black Friday de 2021 refletiu mudanças profundas no comportamento dos consumidores e no desempenho das empresas no mercado pós-pandêmico. Com insights sobre as dificuldades enfrentadas e as estratégias adotadas, este artigo revela o estado atual do varejo e suas perspectivas para o futuro.

Retardamos nosso diagnóstico da Black Friday. Queríamos esperar a semana que antecede o Natal para termos certeza que o cenário era este mesmo. Sem mudanças.

Em mais de 30 empresas importantes que monitoramos o cenário foi o mesmo. Algo como -30% de consumidores e algo como +3% de aumento em receita, comparados ao mesmo período pré-pandêmico de 2019.

Pesou mais em bens de Consumo. Vestuário um pouco melhor. Mas em todos os cenários, nuvens pairam no ar. Estamos longe do céu de brigadeiro. Os ares de Brasília que sugeriram um retorno em “V”…o Brasil crescendo 5% (ou ao redor de…) mas fato é que isto não se traduz em consumo de bens duráveis. Supermercados, talvez? Alguns números sugerem que pela primeira vez, os descontos da Black Friday fizeram sucesso na categoria de “comida”… Pode isto, Arnaldo?

Pois é. O que nasceu com o objetivo de criar um giro para os produtos de bens de consumo da “coleção passada”, se tornou uma oportunidade de comprar comida mais barata. De fato, há algo diferente no ar.

Entretanto, o varejo continua. Como uma sina: abre loja, fecha loja, toca o bumbo, motiva equipe, atende do jeito certo (e errado) sábado, domingo, feriado, dia santo, dia não santo. E os empresários, como uma religião, rezam todo dia.

Nestes cenários desafiadores a batalha está em outros campos. O e-commerce, se alguém tinha alguma dúvida, mostrou a que veio e quem se posicionou por lá encontrou uma guerra sangrenta, na disputa pela atenção do consumidor. Dobramos de volume em e-commerce. Éramos 6% (podia ser nome de novela) antes da pandemia. Somos 11% agora. Mas ainda longe dos 20% do mercado americano.

Sabemos em que direção o vento nos leva. É inevitável.

Mais pessoas tiveram suas primeiras experiências e ganharam confiança para consumir por este “novo” canal.  Apesar dos riscos inerentes a um país complicado logisticamente, as vendas dobraram e o ruído também – faz parte do aprendizado.

Mas o ponto que quero trazer, neste momento de maior evidência, é que, se por um lado aumenta-se a exposição no e-commerce – seja através de distribuição própria ou Market Place – o custo da venda sobe – pois a maioria esmagadora é feita através dos parcelamentos em cartão de crédito e os Serviços Financeiros, onde se tem alguma margem, desaparecem. Será que é por aí mesmo?

Vai haver um ponto de inflexão. Um ponto de quase ruptura onde passa a não mais fazer sentido disputar o prejuízo. E a religião (que comentei no parágrafo anterior) do empresário, passa a ser questionada. Quem sabe até uma conversão. Tem que ter uma fé inabalável para continuar nesta estrada. E é nesta estrada que os que estão na direção certa, consolidarão o espaço de quem tem a fé abalada.

Nestes tempos bicudos em que temos que navegar, aparece no horizonte um 2022 desafiador. Não consigo enxergar uma mudança no ambiente a curto prazo e, ideologias a parte, um ano de eleição não me parece um cenário que ajude muito. Juros altos, geração de emprego e renda no viés contrário. Enfim é o que temos.

Do lado dos consolidadores, acredito muito no que Edu Terra escreve no artigo do SBVC

A conta precisa fazer sentido. Isto passa por um rígido controle de custos e ter a exata noção de onde investir o pouco recurso que sobra para estar em “modo de ataque”. É hora de escolher muito bem quais projetos irão fazer diferença e “gerar valor” a curto prazo. Não é hora de grandes voos imobilizados. É hora de proteger o caixa para atravessar o rio turbulento. É hora de ter poucos e assertivos projetos. Com iniciativa e “acabativa”. Não é permitido errar. Agora não.

E nós que somos da religião do varejo a muito tempo, sabemos que tudo passa. E que teremos um bom vento em algum momento. É necessário que ao chegar este bom vento, tenhamos gente preparada ao nosso lado, tecnologia suficiente para entregar o que precisamos, margens adequadas vindo de todos os lados possíveis para se manter no jogo para, aí sim, pensar em disputar um lugar ao sol neste campo imponderável chamado E-commerce.

Talvez valha a pena conhecer um pouco mais da Amazon. Faça uma visita ao Vale do Silício se puder. E à China também. E à Israel. É lá que vamos entender os princípios que regem este novo consumo. Mas calma lá! O que você vai ver nesses lugares, provavelmente não é aplicável ao nosso modelo. É preciso senso crítico para entender onde estamos e o tempo certo para manobras certeiras. Esta é a beleza de navegar em um mar que muda o tempo todo.

Uma pausa para agradecer a todos nossos clientes, amigos, parceiros, sócios pelo intenso 2021. Que todos tenham um Natal repleto de paz e serenidade e um final de ano incrível. E saúde!

Para nos mantermos em pé, é necessário que estejamos saudáveis em corpo e mente.

André Feltrin

FFC Serviços Financeiros

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