por Andre Feltrin
Para encerrar essa reflexão, que dividimos em 3 partes, elenco com um pouco mais de detalhes os fatores que acredito que fazem Israel funcionar mesmo com tantas misturas. Se você chegou neste texto sem ter lido as duas primeiras partes, recomendo que volte aqui mesmo, no nosso linkedin para acompanhar essa narrativa desde o início.
Seguimos, então:
CORAGEM PARA ARRISCAR
O erro ensina. Se ele ensina, qual o próximo. O errar não significa derrota nem frustração. O erro significa lições aprendidas e conhecimento adquirido. E é admirado o empreendedor que continua persistindo em criar soluções. Isto cria casca e maturidade. A este molho acrescenta-se os 2 ou 3 anos de exército onde a coragem eé servida no café da manhã.
Isto cria uma nação sem medo, com uma confiança inabalável e capacidade de execução.
SENSO DE COLABORACAO
Levei algum tempo para entender o significado de Chutzpá – habilidade de dizer exatamente o que você sente e quer dizer. Sem mi mi mi.
Levei outro tempo para entender o Tachless – habilidade de dizer exatamente o que você precisa
E mais outro para entender o Firgun – habilidade de dar sem esperar nada em troca.
Você pode perguntar qualquer coisa para qualquer pessoa. Se ela não quiser responder ela dirá. Sem se ofender. Nada aqui é pessoal.
Quando um ambiente é contaminado por pessoas sendo diretas, quase rude – para nós latinos – sem necessidade de rodeios, nem miçangas, nem espelhinhos – tem-se um ambiente dinâmico e produtivo (lembra da importância do tempo?) No ocidente pode parecer arrogância.
A pergunta é como podemos ganhar juntos? A disputa está em quem conseguirá convencer mais gente a investir na sua ideia.
Para isto não preciso esconder nada e com isto, seguem direto ao ponto.
O que se faria em 10 reuniões no Brasil, se faz em 30 minutos. Via Zoom.
TRADIÇÃO
Eu poderia escrever religião, mas excluiria os seculares. Todos com quem conversei respeitavam suas tradições sem necessariamente ser religiosos. Fazendo inclusive algumas concessões sociais necessárias a vida de um mortal.
Mas posso afirmar que a amálgama deste povo está alicerçada na tradição, nos costumes, no respeito ao próximo, no respeito a família e na valorização da vida. Difícil de replicar.
Há de se ter espírito; e gente que faz. Há de ser ter “pressão” (aqui no caso pela manutenção do estado de Israel). Não é possível chegar em Israel com a mentalidade e a cultura ocidental, sem dar espaço a outra forma de se lidar com a vida.
Tenho a sensação de que esta nova geração de israelenses, com cabeça secular e pês nas tradições, vibrantes nas praças e nos cultos (só quem esteve no Muro das Lamentações no início do Shabat vai entender o que estou falando) turbinados com o propósito de fazer um mundo melhor poderão traçar um caminho para humanidade.
Espero um dia voltar e encontrar os jovens que vi cantando e dançando pelas praças à meia-noite de qualquer dia (exceto o Shabat) contando as suas soluções para seus novos problemas. Espero que sem a necessidade de estarem alguns, armados.
Apenas uma constatação – eles chegarão lá, seja “lá”, onde for. Viva Israel. Com admiração.
Comparação com China? Direção similar. Outro tipo de pressão. liberdade relativa.
Comparação com o Vale? Dirigidos pelo Ego. Pressão por sucesso e dinheiro. liberdade? Eles compram!
Agradeço a Yair pelas aulas de história, passagens bíblicas, arqueologia e cultura judaica; a Gabriel por todas as razões acima, acrescentados pela aula de Geopolítica; a Alex e Damien pela organização do Programa Innovation 360º Israel. Aos meus sócios, Beto e Fadul, por proporcionar esta vivência, com nossas famílias por perto; ao time FFC (Pedro Gutemberg e turma) por cuidarem “do Lojinha” – enquanto aprendíamos por aqui.
A todos amigos Judeus, que sempre me apoiaram ao longo da vida, com sua generosidade, que agora entendo melhor – Em especial Jakow Grajew e Georges Grego.
Filmografia sugerida
Os Dez Mandamentos – para relembrar o básico – se vier para Israel desenhe a arvore genealógica de Moises para baixo. Será importante.
Cleópatra – Para entender o contexto romano e um nome que irá aparecer muito por aqui – Herodes
Masada – a série com Peter O’Toole que conta a história dos heróis judeus em mais uma obra do Megalômanos Herodes
Lawrence da Arabia – Um passo a frente dos Romanos, Bizantinos e Turcos Otomanos
Dreyfuss – para entender o período Inglês/Francês na região
Fauda (série) – para entender um mundo mais contemporâneo
Oslo – Imperdível filme sobre o que resultou a geografia atual.
Bibliografia sugerida
Nação Empreendedora – o milagre econômico de Israel e o que ele nos ensina (Startup Nation) – de Dan Senor e Saul Singer, ed. Évora, 2011